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Fuga do silêncio

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Estou na recepção de um hospital aguardando uma consulta. Vim ouvindo música, depois comecei a procurar outros vídeos pra ver, caí na tentação de abrir o Instagram mas olhei só uns 2 direct e saí 🙏🏽.  Me deu vontade de ligar pra alguém, me deu vontade de chamar alguém e dizer "ei, fica aqui comigo, eu não estou bem". E daí me dei conta que tem momentos em que eu preciso ter coragem de ouvir meu silêncio interior. Se eu começar a bater papo ou entrar em outro vídeo, não vou lidar com meu silêncio. Não vou lidar com meu medo. Não vou começar a projetar cenários na minha cabeça. Não vou começar a conversar comigo mesma e tentar me entender. E daí abri o blogger e comecei a escrever.  Eu achava que minha própria companhia era a melhor do mundo. Eu digo que amo estar sozinha. Só que eu nunca me permito ficar verdadeiramente comigo mesma. Eu sempre estou com os olhos e ouvidos fora de mim. Gosto de ficar sozinha uma ova. Eu só não quero dar atenção pra ninguém - principalmente pa...

Vários Nada

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Eu andei pensando na dificuldade de aceitar o ócio, numa sociedade que hipervaloriza a produtividade. Sempre já o pensamento "ei, você deveria estar fazendo alguma coisa útil. E a necessidade de desconexão, tão falada hoje em dia, acaba virando mais uma ferramenta para que você possa produzir mais.  Sim, eu gostaria de produzir mais, e não falo nem de produzir capital nem acumular riquezas, mas produzir no sentido de cuidar mais da saúde, da casa, dos meus... E sim, eu passo tempo demais com o celular na mão, o que me impede de fazer qualquer coisa além do mínimo obrigatório, como trabalhar e manter a casa de pé, sem ser interditada pela Anvisa.  Mas daí tem uma coisa que a gente não pensa direito, que é a necessidade de não fazer nada. Necessidade de descansar o corpo e a mente. E aí depois de matar um leão e um burro por dia, a gente só se joga no sofá e pega o celular, pensando: fodace, eu trabalho pra caramba, vou pegar meu celular aqui pra descansar a cabeça. ...

Lembra que antigamente tinha blog?

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Pois é, antigamente tinha blog. Esse aqui e o outro que eu tenho foram criados na primeiradécada de 2000. O do Mateus foi primeiro (mateusmilagre.blogspot.com) e o criei quando estava perto de fazer 1 ano.  Conheci este modelo de conteúdo no falecido Orkut, nas comunidades que eu participava sobre maternidade, infertilidade, prematuridade, etc. E conheci vários. E resolvi escrever também, pois sentia que gostava de compartilhar pensamentos.  Como tudo no capitalismo (falhou, falha E falhará) o blog virou negócio e eu primeiro achei que deveria também fazer do meu um negócio, depois enjoei do modelo. E fui para as redes sociais.  Recentemente tomei nojo de redes sociais e parei de entrar. Simplesmente parei. Estava me fazendo mal de várias formas diferentes. Estou há 1 mês sem entrar. Entro se alguém me mandar vídeo de lá pelo whatsapp, vejo e saio. Ou se algum tipo de informação que eu buscar estiver lá. Mas parei com o péssimo hábito de scrollar. Ontem me peguei refletin...

Paixão pela profissão

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Vira e mexe a gente lê num desses posts motivacionais "Faça o que você ama e nunca mais terá que trabalhar". Noooossa o pensamento vai longe quanto eu leio isso. Dá uma frustração porque poxa vida, eu não queria "trabalhar", eu queria ser apaixonada pela minha profissão pra não ficar chateada nas segundas-feiras. Aí a autoajuda de facebook não dá trégua e manda mais um tabefe na cara: Fulano largou a profissão aos 45 anos para viver de sua paixão. Opa, pera. E quando você já tem a profissão que queria? Veja bem, estou falando a profissão que queria, não do trabalho dos sonhos. Sabe, a maioria das pessoas normais que eu conheço cresceu, fez ensino médio e já começou a pensar no que queria fazer. Algumas conseguiram, outras não. Comigo foi assim: Hum, professora é legal, gosto das minhas professoras. Tá aí, é isso o que eu quero. Não foi assim aquele sonho, aquilo de pensar nisso o tempo todo, de brincar de escolinha o tempo todo, de sonhar com o dia em que es...

Profissão Ingrata

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Ser pedagoga é foda, meu irmão. FO-DA. Você faz uma faculdade difícil e complexa, na qual você não precisa decorar fórmulas e mexer com defuntos pra decorar nome de músculo, mas tem que ler e escrever enlouquecidamente e ser capaz de adivinhar o pensamento do mestre. Mas malandro fala que Pedagogia é a faculdade mais fácil. Vai vendo. Você, dentro da faculdade, se apaixona pela educação pública. Se apaixona pelo processo ensino-aprendizagem e suas complexidades. Decide que é isso o que você quer da vida, mesmo vendo o miserê das escolas que visita no estágio. Sangue jovem, vitalidade fervendo, seu alimento é o sorriso e abraço das crianças pobres. Aí você faz concurso pra pedagoga: orientadora. Eu já sou professora regente, vai ser fácil ter aceitação junto aos professores. Primeira paulada na moleira. Não importa se você passou a noite em claro lendo, comparando textos, destacando possíveis pontos polêmicos para se antecipar às discussões ou se catou de última hora um texto...

5 formas de usar o celular na sala de aula

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No post anterior eu escrevi o quanto odeio ter que lutar contra o uso do celular na sala de aula, ao invés de usá-lo a meu favor. Pensei várias ideias que poderiam ser viáveis e que talvez a gente possa adaptar para a realidade de cada escola. 1. Pesquisas instantâneas Vamos admitir (pelo menos os que são como eu, que não desgrudo do meu celular). Quando eu estou numa reunião ou palestra, se não for interessante eu viajo na internet, pra longe daquele universo, esperando que tudo acabe logo. Se for interessante, eu uso também meu celular pra pesquisar mais sobre o assunto, pesquisar um livro citado pelo palestrante, um autor, um evento, uma forma de disseminar aquele conhecimento. Por que com nossos alunos precisa ser diferente? Fale sobre um assunto e deixe no ar um questionamento, instigando a turma a pesquisar e ensinando-os a buscar fontes confiáveis. E os que não têm celular? Neste caso, a turma pode trabalhar em pequenos grupos, sendo que cada um deles deve ter um aparelho....

A tecnologia é nossa parceira!

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Eu me rendi. Nem resisti. A internet me pegou de jeito e me apaixonou desde o início. Quero dizer, desde o início não que eu me formei sem o Google! Eu me formei em 2004, pela UERJ, em Pedagogia. Naquela época, eu tinha que pegar livros na biblioteca ou comprar textos na xerox para ter acesso ao conteúdo que o professor queria trabalhar. Construí meu TCC trocando ideias com minha parceira (fizemos em dupla), lendo muitos livros e pegando orientação com a professora. Já fazia uso de e-mail e era tudo o que eu usava da internet. Antes da graduação eu, é claro, tinha menos acesso ainda à tecnologia, tanto para trabalhar como para estudar. O mundo era desse jeito. Eu não tinha acesso, não conhecia, não usava e, portanto, eu não sentia falta. Escola era livro didático, folhinha mimeografada e cópia do quadro. Ah, claro, pesquisas feitas em enciclopédias com direito a desenho tirado em papel vegetal (velhaaaaaa) Quando eu fui percebendo que havia tecnologia boa para se utilizar na ...