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Paixão pela profissão

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Vira e mexe a gente lê num desses posts motivacionais "Faça o que você ama e nunca mais terá que trabalhar". Noooossa o pensamento vai longe quanto eu leio isso. Dá uma frustração porque poxa vida, eu não queria "trabalhar", eu queria ser apaixonada pela minha profissão pra não ficar chateada nas segundas-feiras. Aí a autoajuda de facebook não dá trégua e manda mais um tabefe na cara: Fulano largou a profissão aos 45 anos para viver de sua paixão. Opa, pera. E quando você já tem a profissão que queria? Veja bem, estou falando a profissão que queria, não do trabalho dos sonhos. Sabe, a maioria das pessoas normais que eu conheço cresceu, fez ensino médio e já começou a pensar no que queria fazer. Algumas conseguiram, outras não. Comigo foi assim: Hum, professora é legal, gosto das minhas professoras. Tá aí, é isso o que eu quero. Não foi assim aquele sonho, aquilo de pensar nisso o tempo todo, de brincar de escolinha o tempo todo, de sonhar com o dia em que es

Profissão Ingrata

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Ser pedagoga é foda, meu irmão. FO-DA. Você faz uma faculdade difícil e complexa, na qual você não precisa decorar fórmulas e mexer com defuntos pra decorar nome de músculo, mas tem que ler e escrever enlouquecidamente e ser capaz de adivinhar o pensamento do mestre. Mas malandro fala que Pedagogia é a faculdade mais fácil. Vai vendo. Você, dentro da faculdade, se apaixona pela educação pública. Se apaixona pelo processo ensino-aprendizagem e suas complexidades. Decide que é isso o que você quer da vida, mesmo vendo o miserê das escolas que visita no estágio. Sangue jovem, vitalidade fervendo, seu alimento é o sorriso e abraço das crianças pobres. Aí você faz concurso pra pedagoga: orientadora. Eu já sou professora regente, vai ser fácil ter aceitação junto aos professores. Primeira paulada na moleira. Não importa se você passou a noite em claro lendo, comparando textos, destacando possíveis pontos polêmicos para se antecipar às discussões ou se catou de última hora um texto

5 formas de usar o celular na sala de aula

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No post anterior eu escrevi o quanto odeio ter que lutar contra o uso do celular na sala de aula, ao invés de usá-lo a meu favor. Pensei várias ideias que poderiam ser viáveis e que talvez a gente possa adaptar para a realidade de cada escola. 1. Pesquisas instantâneas Vamos admitir (pelo menos os que são como eu, que não desgrudo do meu celular). Quando eu estou numa reunião ou palestra, se não for interessante eu viajo na internet, pra longe daquele universo, esperando que tudo acabe logo. Se for interessante, eu uso também meu celular pra pesquisar mais sobre o assunto, pesquisar um livro citado pelo palestrante, um autor, um evento, uma forma de disseminar aquele conhecimento. Por que com nossos alunos precisa ser diferente? Fale sobre um assunto e deixe no ar um questionamento, instigando a turma a pesquisar e ensinando-os a buscar fontes confiáveis. E os que não têm celular? Neste caso, a turma pode trabalhar em pequenos grupos, sendo que cada um deles deve ter um aparelho.

A tecnologia é nossa parceira!

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Eu me rendi. Nem resisti. A internet me pegou de jeito e me apaixonou desde o início. Quero dizer, desde o início não que eu me formei sem o Google! Eu me formei em 2004, pela UERJ, em Pedagogia. Naquela época, eu tinha que pegar livros na biblioteca ou comprar textos na xerox para ter acesso ao conteúdo que o professor queria trabalhar. Construí meu TCC trocando ideias com minha parceira (fizemos em dupla), lendo muitos livros e pegando orientação com a professora. Já fazia uso de e-mail e era tudo o que eu usava da internet. Antes da graduação eu, é claro, tinha menos acesso ainda à tecnologia, tanto para trabalhar como para estudar. O mundo era desse jeito. Eu não tinha acesso, não conhecia, não usava e, portanto, eu não sentia falta. Escola era livro didático, folhinha mimeografada e cópia do quadro. Ah, claro, pesquisas feitas em enciclopédias com direito a desenho tirado em papel vegetal (velhaaaaaa) Quando eu fui percebendo que havia tecnologia boa para se utilizar na

A inclusão escolar: Um sonho ainda distante.

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Quando eu trabalhava em escola particular não havia inclusão . Uma vez apareceu um aluno que parecia ser deficiente mental. Ele mal falava e parecia que a idade mental era de 2 anos, quando ele tinha 5. Várias eram as reclamações dos demais pais, e quando as professoras (que logicamente não tinham informação suficiente) tentavam explicar que o menino tinha alguma deficiência, eram repreendidas pela direção. "tem que ter cuidado pra falar", diziam, mas não diziam como lidar com a criança. Ele ficava lá, não participava muito das coisas. Até que um dia perceberam que o garoto sabia ler TU-DO! Qualquer coisa. Mandavam ler, lia. Com fluência. Não esqueço a marca da televisão que tinha lá: Kirey. E, nessa época, o K, W e Y nem faziam parte do alfabeto da Língua Portuguesa. Ficamos maravilhadas, e pedimos que a escola o adiantasse um ano. A diretora disse que não o faria porque ele só lia letra bastão, e não letra cursiva. A mãe o tirou da escola, depois não tive mais notícia sob

Educadores à beira de um ataque de nervos.

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Há uns dias atrás um idiota qualquer escreveu um artigo, querendo vender a ideia de que professor ganha muito bem e que tem privilégios demais. Não vou aprofundar nos números, vários colegas já fizeram tabelas comparativas, campanhas de boicote à editora da revista, estou acompanhando e apoiando tudo isso, mas não vou entrar nesses méritos aqui. Vou só contar um pouquinho do que os professores e demais profissionais de educação estão passando hoje em dia. Sou profissional de escola pública há 15 anos. Mas tenho certeza de que meus colegas do ensino privado não estão sofrendo menos do que nós. A cada ano se torna mais difícil ser educador. Temos que lidar com alunos malcriados, agressivos, sem limites. Independente da história de vida deles. A sociedade está produzindo crianças insuportáveis, pobres e ricas. O professor tem que gerenciar a sala de aula, ouvir as mazelas da humanidade, separar brigas, mediar conflitos E ensinar. E ouve pedagogos dizendo que sua aula tem que ser mais d

Dois pesos, duas medidas

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Quando se fala em educação tem sempre gente dizendo o que é certo ou errado. Sempre tem profissionais pra dar testemunho de sua reputação cristalina nos seus trocentos anos de carreira. Acontece, broder, que aqui embaixo a lei é diferente. A pessoa é pura e sem mancha até a página dois. Nessa hora eu prefiro os professores "vida loka" que se assumem enrolados, desbocados e descontrolados do que aqueles "super comprometidos com seus alunos", mas, na hora do vamos ver, "farinha pouca, meu pirão primeiro". Do que eu estou falando? Tô falando de professores que acham um absurdo suas turmas serem dispensadas quando eles faltam mas jamais abrem mão de um dia sem aluno. Ou de pedagogos/gestores que acham um absurdo o professor faltar sem dar satisfação mas "Deus me livre, dispensa essa turma horrorosa, se a gente ficar com a turma os professores vão ficar mal acostumados". Ou de colegas que fazem greve e, na hora de repor aulas é salve-se que