Eu, acompanhante de maternidade?

Oi, gente! Então, né, imaginem que eu estou rodeada de grávidas por todos os lados. Uma delas era a minha comadre Lorena, que foi pro hospital sexta à noite pra ganhar meu afilhado João Miguel. Eu não tinha notícias dela desde o início daquela semana, então liguei pra mãe dela no sábado pra saber. E qual não foi minha surpresa quando ela disse que Lorena estava no hospital, e já devia estar fazendo a cesárea (isso por volta de umas 16h). Fiquei ansiosa, não consegui ligar pro marido dela, não sabia o que fazer. E como eu faço a hora, não espero acontecer, falei pro meu: "Vou pegar o 942 e vou pro hospital". Tomei banho, me despedi, deixei Mateus chorando e fui.

Chegando lá, encontrei o Léo, meu compadre e já fui dando os parabéns (fail, depois é que fui perguntar se já havia nascido, putz). Ele disse que ela havia subido e se preparava para a cesárea, mas uma grávida hipertensa havia passado a frente. Mais um pouco de espera, e soubemos que uma mãe de gêmeos também havia passado a frente. Então, por volta de 19h fomos informados que a cirurgia iria começar.

Depois disso, chá de cadeira. Nada de notícias, ninguém falava nada. E, nesse meio tempo, recebi o pedido de ficar com Lorena porque a mãe dela tinha um compromisso. Pensei: "caramba, eu?!?!". Liguei pro marido, avisei e aceitei. Fomos ter notícia lá pelas 22h, quando o pai subiu, desceu e eu fiquei. Na verdade ela teve alguma complicação com a retirada da placenta, por isso demorou tanto. Quando subi, vi os dois e arrumei o bebê. Passei a noite cuidando de mãe e filho. Ela, recém operada, sentindo todo aquele mal estar da anestesia (sei bem o que é isso). Ora nervosa, ora ansiosa, ora chorando, totalmente vulnerável e carente. Tentei lhe passar tranquilidade, segurava sua mão quando tinha medo. Ao mesmo tempo, um recém nascido pra trocar a fralda, alimentar pelo copinho, dar colo e carinho (não deve ser fácil se adaptar à vida extrauterina, né não?).

Nisso passei a noite sem tirar um cochilo sequer. Simplesmente não consegui relaxar para descansar. Junto a isso tudo, umas enfermeiras super dedicadas e simpáticas (#not) e algumas mulheres em trabalho de parto. Eu ficava imaginando o que elas sentiam. As duas recém operadas, Lorena e mais uma, e a parturiente que gemia e chamava Jesus a cada contração, e isso durou a noite toda. Fui embora e ela não tinha parido ainda.Ficava olhando aquela carinha de uma pessoa que nascera umas horas antes e que era totalmente dependente. Senti falta do meu filhão de 5 anos, pra quem dou um copão de Nescau e um pedaço de pão com manteiga e sento pra comer, tranquilamente. Que acorda muito cedo, mas dorme a noite toda. Meu garoto que fala onde está doendo, vai no banheiro sozinho e não mama de 3 em 3 horas... Ufa! Gente, ter filho não é brincadeira. São as dores (pré e/ou pós parto), são os cuidados com o bebê, é a preocupação com a casa e com o filho mais velho, MEO DEOSSSS, eu não estou pronta para isso agora. Só se Deus mandar, aí eu tenho que obedecer.

Tudo na vida é aprendizado. Amei ser útil naquela hora, amei conhecer tão cedo o rostinho do meu afilhado lindo, ser naquele momento a única pessoa com quem ele podia contar. Amei poder ajudar minha amiga naquela hora tão difícil, ser seu porto seguro nos momentos de medo e aflição. Só por uma noite, mas para mim foi um enorme aprendizado. Agradeço a Deus por ter me dado tal oportunidade.


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